Há Pataias, mas é para “Inglês ver”
- Miguel Ângelo Santos
- 10 de jan. de 2019
- 4 min de leitura
Texto de Investigação, da autoria de Miguel Ângelo Santos e Igor Rodrigues
Caros leitores, no último texto de “Há Pataias”, a comparação do forno de cal foi um erro propositado, pois o forno de cal não necessita de qualquer comparação, mas senti que a comparação era necessária. Aproveito para utilizar este primeiro diálogo para dizer que as ideias que estão neste texto não são críticas destrutivas, mas construtivas, se levarem as críticas como destrutivas é porque quem está a ler isto não quer que o barco ande.
É fácil falar que os fornos de cal necessitam disto e daquilo, mas a Junta de Freguesia de Pataias pode não ter a capacidade monetária para que tudo isto ande para a frente, pois estamos a falar de obras de conservação e restauro, mesmo tratando-se de “arquitetura vernacular”, é preciso serem pessoas qualificadas a fazerem o restauro e conservação, materiais como betão deverão ser evitados podendo aumentara degradação do nosso símbolo heráldico. É preciso ver que há muitos proprietários ligados aos fornos de cal e que a aquisição dos mesmo se tornaria um custo avultado para a Junta só, e caso a SECIL avance e decida ajudar a Junta de Freguesia de Pataias e da Martingança, continua a ser um grande investimento podendo mesmo ser um “flop”, pois seria necessária publicidade entre outras coisas, mas claro que os fornos de cal têm todo o potencial para vingar, afinal o turismo industrial encontra-se na voga e este fator é sublinhado tanto pelo presidente Valter Ribeiro como pelo historiador Tiago Inácio. Para não falar que caso a ideia de um “passeio pedestre” ou de um “museu” avance é necessário investimento pois o que as pessoas querem ver é o forno de cal e não as ruínas.
E como sabemos em Pataias falta investimento, e com investimento digo investimento necessário que se encontra há frente do forno de cal, mas que investimento é esse?
Saneamento básico. Em Pataias não existe ainda saneamento básico em todo o lado, tal e qual como na Martingança, ou seja, para mim tanto o investimento da avenida, como o do passadiço das piscinas á lagoa, como o investimento dos fornos de cal é neste momento desnecessário e “para Inglês ver”. Os 4 pontos pelo qual o PSD se recandidata com as mesmas caras é “Juventude, Progresso, Dinamismo e Experiência” no qual no mesmo cartaz destacam a frase “Orgulho no Passado, Certeza no futuro”. Pois bem Juventude existe no PSD, mas ao esta Juventude não faz nada para que se crie dinamismo ou são eles desligados da vida política, podendo aqui haver a questão que critérios são os que o PSD utiliza quando escolhe as pessoas. É certo que este método de recrutamento “exagerado” funciona, pois, o PSD consegue nas última eleições a maioria absoluta como de resto o próprio presidente destaca no Facebook: “Orgulho do passado, Certeza no futuro na União da Junta de Freguesias de Pataias e Martingança.
A candidatura do PSD, de Valter Ribeiro, á União de Freguesias de Pataias e Martingança agradece todo apoio demonstrado, refletido numa clara maioria absoluta.
Embora nem todos estejam de acordo com os resultados deve haver respeito por todas as candidaturas. Esta é a hora de vencedores e vencidos deixarem as críticas, que não trazem nada de novo, e agarrar com “unhas e dentes” os interesses de cada lugar, de cada Freguesia, de cada União e do Concelho. É para isso que fomos eleitos.
A partir das eleições e com a tomada de posse deixam de existir candidatos de Partidos ou Grupos de cidadãos e passam a existir as pessoas que o povo escolheu a trabalhar em prol da população.”.
Na entrevista que o presidente da União de Junta de Freguesia de Pataias e da Martingança me concedeu admite não ter havido uma cultura histórica para os fornos de cal, se tal aconteceu houve mesmo “Orgulho no passado”?
E a “Certeza do futuro” parece cada vez mais que em algumas estradas terei um pneu furado, pois esta questão está presente há mais de 20 anos e esta Junta encontra-se em funcionamento há quase 20 anos, portanto que certeza podemos ter no futuro?
Portanto o tal progresso que é descrito na imagem para a candidatura, parece-me estar cada vez mais falacioso. A única coisa que parece então ser verdadeira é a experiência, pois ao que parece meter alcatrão nas estradas de 4 em 4 anos é necessário para a sobrevivência do partido, mas aqui a culpa não pode ser unilateral, deve também ser dada aos eleitores que votam.
O presidente da Junta de Freguesia na mesma entrevista diz que falta iniciativa própria na questão dos fornos de cal, sabendo que houve um blogue “Sapinho Gelásio”, ouve a figura do Agnelo Ferreira que fez várias caminhadas que passavam pelos fornos de cal e o próprio historiador Tiago Inácio que desde 2015 tem chamado a atenção para os fornos de cal. A continuar este passo a única “certeza no futuro” é as ruínas do forno de cal, portanto a minha questão é para quando é este futuro que o PSD fala na sua campanha?
Portanto e como remate final pretendo sublinhar mis uma vez que não quero aqui misturar ideologias políticas ou alimentar ódios políticos, pretendo sim e sem filtro como indica o nome da crónica chamar a atenção sobre o que se passa na nossa Vila, tendo como único objetivo alimentar um debate civilizado acerca da situação pataiense atual.
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