Doces impressões, por instantes!
- Ana Valente
- 12 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Esta é uma crónica de regressos. O regresso da própria da crónica e o regresso da Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais. Quem passa, não passa (mesmo) sem cá voltar!
E cá estamos nós, para o que (realmente) interessa!
Primeiro um. Depois outro. Estes... como-os já. São pequenos, admito. Mas não dá para resistir.
Depois, penso naqueles que não quiseram vir comigo, logo à estreia, às primeiras horas da mostra: é melhor levar uns quantos, não é? Sim – respondem vocês!
Para o pai, que é alentejano, levo um com amêndoa e gila, diretamente de Évora. Para a mãe vai um pastel de Tentúgal de... Tentúgal, ora, pois claro! Os manos esperam pelo fim-de-semana. Esta família é mesmo doceira. Não há volta a dar.
Mas acham que é a única? Claro que não! É, por estes dias, que os gulosos se revelam. E cometem os maiores pecados em pleno Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
Cruzo-me com a dona Teresa na sala dos Monges. E sabem quantos sacos leva ela? Dois!
O Hugo, que já não via há vários anos, passa por mim a comer uma cornucópia. Acena com a outra mão, também ela ocupada com um saco transparente. Lá dentro estão duas caixas. Sabe-se lá de mais o quê!
Já o Paulo e a Mafalda adoçam a boca do mesmo prato, mas atenção: cada um com o seu garfo. Partilham uma fatia de Pão-de-Ló. Não tive coragem de lhes perguntar se é de Alfeizerão ou de Coz.
O meu olhar está atento. E assim se mantém em todo o passeio pelas locais abençoados, “doceiramente” falando, do Mosteiro. Não porque sou uma grande coscuvilheira, mas porque é giro ver as pessoas que conhecemos, e as que fazem questão de nos visitar, atentas aos reluzentes e dourados tesouros conventuais.
Estas doces impressões, por instantes, tenho-as gravadas. São memórias frescas, como as Brisas do Liz ou os D. Rodrigo, por exemplo, feitos propositadamente para cada um dos quatro dias de feira. No ano passado, estava por cá, por Alcobaça, quando a feira abriu. No dia 15 de novembro de 2018.
Este ano cumpre-se a vigésima primeira edição. Que se espera que seja um sucesso, tal como todas as outras. Com mais ou menos chuva, mais ou menos frio, a feira é sempre bastante concorrida. Adoçada pelas relíquias dos pasteleiros e pelos licores feitos por quem sabe! A ginja de Alcobaça é a mestre de cerimónias. Os restantes licores são os convidados que há mais de vinte anos marcam presença neste evento.
E a perdição está mesmo a começar. Divirtam-se! Boa feira. Até breve.
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